São 16 "janelas" ao todo e nelas estão representadas mais de mil cenas bíblicas, começando pelo Gênesis e terminando no Apocalipse. Há apenas um vitral com temática não-biblíca, na janela final, que conta como a sagrada relíquia chegou a Paris.
Por falta de um manual, ficou complicado acompanhar toda a sequência, pois além de haver muitos outros turistas no local, dificultando a circulação, os vitrais estão numa altura bastante elevada. O ideal seria que tivéssemos um binóculo para enxergar direito as figuras representadas... porém o grupo não contava com a minha astúcia! Muito prevenida, eu havia levado um pequeno binóculo de bolso para que não perdêssemos nenhum detalhe!
O outro "probleminha", porém, é que não bastava enxergar, precisávamos identificar a que passagem da Bíblia o vitral se referia, e aí a coisa ficou um pouquinho mais complicada...
A parte onde não havia vitrais era tão colorida quanto a capela inferior, o que não agradou muito ao Ivan que a considerou excessivamente carnavalesca.
Além disso, a capela superior estava passando por limpeza e restauração, então havia tapumes nos vitrais do fundo e alguns objetos no meio do caminho que, provavelmente, não tinham muito a ver como o local e suas funções, fossem sagradas ou turísticas.
Aliás, essa não foi a única vez que a Sainte-Chapelle passou por uma restauração: como a maior parte dos monumentos religiosos de Paris, durante a Revolução Francesa foram destruídos os assentos do coro e o painel principal do altar. Quanto a seus vitrais, eles escaparam do vandalismo meio que por acaso: como forma de mostrar seu desprezo e anticlericalismo frente à construção que foi erguida para guardar uma das mais preciosas relíquias cristãs, os revolucionários transformaram a capela em escritório administrativo, colocando enormes armários que esconderam e protegeram a maior parte dos vitrais.