terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Les Galeries Lafayette

Seguindo nosso caminho em direção ao Opera, passamos por mais uma bela igreja, dessa vez mais parecida com as que vemos aqui em São Paulo, cercada por ruas movimentadas e edifícios comerciais.

Era a igreja da Trindade, perto da qual paramos para verificar, num mapa turístico, se estávamos no rumo certo. Comecei a reclamar que faltava no mapa a tradicional indicação do "Você está aqui", quando ouvi uma voz conhecida dizer em bom português: "Só podia mesmo ser a Iara, brava desse jeito." Todos nós nos viramos pra olhar e foi muito gostoso encontrar um colega de trabalho que estava passeando com a esposa.








Conversa vai, conversa vem, acabamos seguindo nosso caminho e resolvemos nos separar: Rejane, Natália e eu queríamos dar uma olhada nas famosas Galerias Lafayette. Ninguém pretendia comprar nada, que consumismo não é a nossa praia, mas eu tinha ouvido falar que o prédio onde a galeria está instalada possui vitrais maravilhosos. Luís e Ivan decidiram ir diretamente ao edifício da Ópera de Paris e combinamos de nos encontrar por lá.

Ainda bem que nosso foco era mesmo a arquitetura do local, porque o impacto inicial não foi nada positivo. No andar térreo as lojas são verdadeiros stands organizadas em corredores estreitos. Do jeito que o lugar estava lotado, parecia mais uma 25 de março chique. Como meu interesse não eram os produtos à venda, ergui os olhos e fui recompensada com a maravilhosa visão dos detalhes da estrutura e da decoração dos andares superiores.




Os detalhes decorativos são fantásticos, todos de uma delicadeza ímpar, e um excelente trabalho de harmonização de cores.


O domo da galeria é arrematado por um vitral magnífico, cujos detalhes lembram as cores e formas das penas da cauda de um pavão.

















Pra não dizer que não compramos nada, fomos para a sessão de bebidas onde encontrei alguns xaropes que meu sobrinho, formado em gastronomia, utiliza para preparar uns drinques diferentes. Como no Brasil é mais difícil encontrá-los, bem como no free shop, aproveitei para não sair das famosas Galeries de mãos abanando. Tendo comprado tudo o que havia me proposto, resolvi seguir para o Opera. Natália e Rejane ficaram mais um pouco na galeria, xeretando as possibilidades.

O edifício onde funciona a Ópera de Paris é também conhecido como Palais Garnier, em homenagem ao arquiteto que planejou e supervisionou a tumultuada construção do local. A pedra angular do palácio foi colocada em 1861 e a inauguração oficial só ocorreu quatorze anos depois, sendo que, nesse meio tempo, Luís Napoleão tornou-se presidente e depois imperador francês; foi travada a guerra franco-prussiana, com a derrota da França e deposição de Napoleão III, e a Comuna de Paris se instalou e foi brutalmente reprimida.


O letreiro da fachada, indicando Academia Nacional de Músca, deve-se às inúmeras mudanças pelas quais passou o nome do local, de acordo com a organização do poder: império, república, comuna... O nome escolhido antes mesmo da conclusão do edifício foi "Academia Imperial de Músca", alterado para "Teatro Nacional de Ópera" até 1939, quando recebeu o título atual.

A primeira visão do edifício, porém, a partir da Galeria Lafayette, era da parte de trás, por onde era possível ver, ao longe, sobre o alto da empena sul, um grupo escultórico representando Apolo, Poesia e Música, ladeado por dois enormes pégasos de bronze.