Nessa estátua Jesus é representado como o mestre, aquele que ensina, portando um livro numa das mãos e postado sobre um pedestal esculpido com os símbolos das artes liberais.
À esquerda do pilar central estão seis dos apóstolos: Bartolomeu, Simão, Tiago Menor, André, João e Pedro. O fato de Bartolomeu estar sem as mãos parece ser casual, não tem ligação com sua vida, pois segundo a tradição, ele morreu esfolado e decapitado. Simão não teve melhor sorte: foi cortado ao meio vivo por um serrote. Quanto a Tiago Menor, apesar da parte boa (foi o primeiro bispo de Jerusalém), por recusar-se a denunciar outros cristãos durante uma das constantes perseguições ocorridas na Palestina, foi atirado do pináculo do Templo de Salomão. André era irmão de Pedro, e Cristo, ao chamá-los para serem Seus discípulos, disse que faria de ambos "pescadores de homens". O martírio de André foi a crucificação, mas como não se julgava digno de ser martirizado da mesma forma que seu Mestre, pediu para que o sacrifício fosse feito numa cruz em forma de "x", que ainda hoje é chamada de "Cruz de Santo André". João era o discípulo mais novo, tinha vinte e poucos anos quando se juntou ao grupo dos apóstolos. Foi chamado por Cristo de "discípulo amado" (por isso aquela explicação meio sem noção do Código da Vinci dizendo que a imagem próxima a Jesus na Santa Ceia não é de um discípulo e sim de Maria Madalena), tendo acompanhado seu Mestre quando Ele foi preso e permanecendo até sua morte na cruz, recebendo a missão de cuidar de Maria. Segundo a visão protestante, Jesus não foi o único filho de Maria, porém era o mais velho, e por isso teria a responsabilidade de cuidar da mãe após a morte de José, fardo que passa para aquele entre seus discípulos de quem era mais próximo. Ele é também um dos evangelistas e considerado o maior teólogo entre eles, por isso é representado pela águia, que voa alto e faz seu ninho nos picos mais elevados. Talvez por ser tão amado por Cristo, foi um dos poucos que teve morte natural ou então, conforme algumas interpretações dos textos bíblicos, nunca passou pela morte. Quanto a Pedro, que se chamava Simão, é o mais humano deles no sentido da dúvida, do medo, e por fim da aceitação de ser o representante da fé cristã e fundador da Igreja de Roma, tendo sido seu primeiro bispo (por isso o catolicismo é "apostólico" e "romano"). Recebeu de Cristo o nome de Pedro, significando pedra, ou rocha. Condenado a ser crucificado, como seu irmão não se considerava digno de sofrer da mesma forma que Jesus, e por isso foi colocado na cruz de cabeça para baixo.
Do lado direito estão outros seis apóstolos: Paulo, Tiago Maior, Tomé, Filipe, Judas e Mateus. Paulo, que se chamava Saulo, era cidadão romano e perseguidor de cristãos. Converteu-se quando, no caminho de Damasco, foi cegado por uma forte luz que o fez cair do cavalo e ouviu uma voz que questionava: "Saulo, Saulo, por que me persegues?" Foi o discípulo mais culto e o principal responsável pela difusão do cristianismo entre a população não judaica, inclusive porque seu conhecimento da filosofia grega criou condições para fazer a "ponte" entre diferentes formas de pensamento. Condenado à morte por Nero, escapou de ser crucificado por ser cidadão romano, tendo sido decapitado. Tiago Maior é o Santiago de Compostela. Foi o primeiro dos apóstolos a morrer, decapitado, e sua morte é a única, entre as dos apóstolos, que está narrada na Bíblia. Tomé é o que não acredita que Jesus ressucitou e pede para tocar suas chagas para ter certeza de que ele é mesmo o Cristo. Encontra a morte na Índia, para onde se dirigira para pregar a religião cristã, atingido pelas lanças de quatro soldados. Filipe era um homem casado e tinha duas filhas, mas nem por isso deixou de seguir Jesus. Consta, inclusive, que chegou a realizar milagres e foi martirizado com a crucificação e o apedrejamento. Judas é o apóstolo traidor, que entrega Cristo aos romanos por 30 dinheiros. O motivo dele ter feito isso é interpretado de forma diferente pelos evangelistas: para Mateus e Marcos, a razão foi a sua avareza; para Lucas e João, foi a influência do próprio Satanás. Atualmente há uma corrente que especula se não teria sido ele o apóstolo mais injustiçado, pois teria traído Jesus para que o sacrifício d'Ele pudesse ocorrer e assim o pecado do homem ser redimido. (Se for assim, ele é o antepassado direto do professor Snape...) Seja por culpa ou para cumprir seu papel até o fim, as escrituras assinalam que ele se suicidou após o martírio de seu Mestre na cruz. Mateus era publicano (cobrador de impostos) e tornou-se discípulo de Cristo quando recebeu a ordem "Segue-me". É um dos evangelistas, representado pelo homem, pois inicia seus textos com a genealogia de Jesus, mostrando sua origem e descendência humanas.
É curioso notar que ao colocar Paulo entre os apóstolos, um dos doze que efetivamente conviveu com Cristo ficou de fora: Judas Tadeu.
Porém, mesmo no portal do Juízo Final, a esperança é a última que morre: nas duas laterais da porta há imagens de virgens. As da nossa esquerda (à direita de Cristo, do lado onde estão as almas que vão para o céu, lá no lintel) carregam uma lamparina acesa, demonstrando a luz no fim do túnel. Já as do outro lado são as virgens "loucas", ou tolas, e as lamparinas delas há muito que se apagaram...
Aos pés dos doze apóstolos há medalhões representando as virtudes cristãs e os vícios correspondentes. Por exemplo, entre as virtudes estão a coragem, a temperança e a modéstia. Correspondendo a cada uma delas há os vícios por excesso e por falta da virtude. No caso da coragem, o vício tanto pode ser a covardia quanto a temeridade; em relação à temperança, temos a insensibilidade ou a libertinagem; e para a modéstia, há a timidez ou a falta de vergonha.
Porém, mesmo no portal do Juízo Final, a esperança é a última que morre: nas duas laterais da porta há imagens de virgens. As da nossa esquerda (à direita de Cristo, do lado onde estão as almas que vão para o céu, lá no lintel) carregam uma lamparina acesa, demonstrando a luz no fim do túnel. Já as do outro lado são as virgens "loucas", ou tolas, e as lamparinas delas há muito que se apagaram...
A essa altura, achávamos que tínhamos visto tudo o que havia para ver, mas foi aí que o Ivan propôs um quizz: encontre os evangelistas! Olha daqui, procura de lá, e não é que encontramos os símbolos dos quatro? Estavam junto aos pés dos apóstolos, cada uma numa ponta - interna ou externa: estatuetas muito graciosas com o homem, o boi, a águia e o leão, todas em tamanho pequeno e com aparência de bicho de pelúcia.
Apesar da beleza do que estávamos vendo, chegamos à conclusão de que já estava na hora de sairmos dali e procurar um lugar pra almoçar, mesmo porque os ingressos para a programação da tarde já estavam comprados e não podíamos perder tempo.
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