domingo, 20 de fevereiro de 2011

Seguindo para "Les Invalides"

Apesar da recomendação dos guias que consultamos, sobre chegar ao Les Invalides pela ponte Alexandre III para termos uma visão melhor da grandiosidade do conjunto arquitetônico, descemos na estação de metrô La Tour-Maubourg, próxima ao acesso do lado oposto da capela com a cúpula dourada.

Era quase meio-dia, mas queríamos visitar o local antes de almoçar, então a solução foi fazer um lanche rápido. A escolha recaiu sobre crépes, que são encontrados com facilidade em vários locais da cidade. Não se trata dos crepes no palito que aqui no Brasil são tão comuns, mas dos verdadeiros, aqueles cuja massa, fininha, é colocada numa chapa redonda, para ser espalhada e receber bastante recheio e temperos.

Estômago satisfeito, fomos enfrentar o sol para chegar até o "Palácio dos Inválidos", que seria a tradução mais próxima do termo francês hôtel, que pode significar desde asilo até palácio. Esse que visitamos é uma mistura dos dois: trata-se de uma construção monumental, iniciada em 1670 por ordem de Luís XIV, para abrigar os inválidos do exército francês.

Atualmente continua recebendo inválidos, mas grande parte de seus pátios e salas foram transformados em museus ligados às atividades militares. A entrada do complexo arquitetônico deixa muito clara sua ligação com a guerra, pois há um grande fosso - hoje sem água, apenas gramado - e um conjunto de canhões contornando o jardim anterior à entrada do prédio propriamente dito.




Quem estava radiante, apesar do calor incômodo, era a Natália, pois visitar o túmulo de Napoleão, na capela de cúpula dourada, havia sido a sua escolha para o que ver em Paris.











Seguimos pelo jardim, absolutamente clássico, com as árvores todas podadas num mesmo formato e colocadas em alinhamento perfeito.


A entrada do monumental conjunto, organizado em forma de grelha, com os diversos edifícios retangulares posicionados em torno de dezesseis pátios (nem todos abertos à visitação), é feita por um portal com inúmeros relevos e estátuas.
No ponto mais alto, como não poderia deixar de ser, um relevo de Luís XIV, o "Rei Sol", ladeado pela Justiça e pela Prudência. Ele tem o sol sobre sua cabeça e inúmeros conjuntos de escudos e armas decorando o arco que envolve o grupo. No texto em latim, algo como "Luís, o grande, manteve os soldados, com seu tesouro real, para todo o sempre."


De um dos lados da entrada, uma estátua de Ares/Marte, deus da guerra.
Do outro lado, Atena/Minerva, deusa da razão, da civilização e da habilidade guerreira. Diga-se de passagem, é um dos poucos lugares onde esses deuses aparecem juntos. Tanto nos desenhos animados (O Jovem Hércules, da Disney) como na literatura juvenil (Percy Jackson) eles passam o tempo todo brigando, da mesma forma que acontece nas narrativas mitológicas, por terem inclinações diametralmente opostas.
Sobre a porta de entrada propriamente dita, uma alegoria entalhada em madeira representando, muito provavelmente, a guerra e a paz, havendo a preponderância da primeira, já que se trata de um edifício voltado aos  militares.

Olhando para a direção por onde entramos, avistávamos a ponte Alexandre III com seus cavalos dourados e as cúpulas do Grand Palais do lado esquerdo.


Porém, o calor castigava, e era hora de entrarmos e vermos o que mais havia no interior dos edifícios, para a alegria da Natália.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Descendo da Torre

Antes de iniciarmos a descida - e "fazendo hora" pra ver se o Ivan chegava, pois naquele momento não sabíamos que ele estava nos esperando no primeiro nível - fotografamos alguns aspectos interessantes e diferentes da cidade de Paris, como sua estrutura de quarteirões triangulares,...





















... a forma como os prédios são construídos, com um poço central de iluminação, formando quadrados que se interligam, para quem vê de cima, e ainda um estádio com um senhor campo de futebol, sendo utilizado em plena quinta-feira.


Vimos ainda construções mais modernas, como prédios de forma sinuosa, que nos fizeram lembrar da criação de Oscar Niemeyer em São Paulo, o edifício Copan,...
... e no Quai de Grenelle, rua onde ficam vários dos melhores hoteis de Paris, pudemos observar uma concentração de prédios modernos, projetados por arquitetos renomados.


Logicamente não iríamos perder a chance de documentar que nós estivemos lá!







































Descemos um lance de escadas até um mirante protegido por vidros onde ficava o acesso para o elevador que nos levaria até o primeiro nível. Em todo o contorno desse local há indicações das distâncias entre diversas cidades do mundo e a Torre Eiffel. Curioso os portugueses estarem tão pertinho da gente em termos de colocação das bandeiras...


Aliás, quando estávamos subindo desse andar para o mirante mais alto, eu encontrei um par de óculos caídos na escada. Minha primeira reação foi procurar algum funcionário para entregá-lo, mas aí lembrei dos óculos da Rejane que haviam sido esmagados pelo carro e entreguei o achado a ela para que experimentasse. E não é que os graus das lentes serviam?

Descemos de elevador até o primeiro nível e, de lá, Natália e eu pegamos o outro elevador para chegar ao solo e o Luís e a Rejane resolveram descer a pé. No caminho havia operários trabalhando na manutenção de uma das "pernas" da torre e também bonecos vestidos como se fossem trabalhadores, mas tão bem feitos que confundiam quem passava sobre quais eram os verdadeiros.

Esses eram os verdadeiros,...

... esse era um boneco.
Natália e eu chegamos primeiro ao solo e nos sentamos próximas ao caminho que ia até o metrô para esperar pelos outros. Havia inúmeros camelôs vendendo lembrancinhas da Torre Eiffel, praticamente todos eles imigrantes africanos. Da mesma forma que se faz aqui no Brasil, eles colocavam os objetos - chaveiros, miniaturas da Torre, pingentes e outros - sobre um pano com cadarços em suas laterais. De repente, da direção do Campo de Marte, aparecia um gendarme em sua bicicleta, apitando como aviso de que o "rapa" estava chegando. Os camelôs puxavam os cadarços formando um saco de pano, com as peças lá dentro, e saíam correndo para todos os lados. O gendarme circulava um pouco por ali, exibindo as pernas em bermudas azul-marinho (uniforme de verão), e voltava pelo caminho por onde tinha vindo. Era a senha para todos os camelôs voltarem e tornarem a insistir com os turistas para que comprassem alguma coisa.

Na décima-quinta vez em que disse a um deles que não estava interessada em comprar nada, ouvi como resposta: "Leva hoje e paga amanhã", em português! Comecei a rir e percebi que a presença de brasileiros em Paris é realmente enorme, já que o camelô havia percebido que eu era do Brasil ao me ouvir conversando com a Natália e ainda tinha aprendido a frase, típica de comerciantes brasileiros, para se fazer simpático.

Nisso chega o Ivan, bastante irritado, reclamando que havia nos esperado um tempão no primeiro nível. Esperou tanto que, quando percebeu que não iríamos chegar, notou também que não iria dar tempo para subir o restante dos degraus a pé e resolveu verificar se já estávamos lá embaixo.

Esclarecido o mal entendido (não sabíamos que ao chegar no primeiro nível teríamos que pegar imediatamente o elevador para o alto da Torre), nos juntamos ao Luís e à Rejane, que traziam garrafinhas de água gelada para todos, e seguimos para o metrô.

Na Torre Eiffel

Dia 8 de julho, quinta-feira, acordamos no horário habitual para enfrentar as filas da Torre Eiffel. Pelo que nos haviam contado, elas eram imensas, coisa de 1 hora e meia à 2 horas de espera, tanto que já havíamos combinado de antemão que, de acordo com o tamanho da encrenca, decidiríamos o que fazer. Rejane e Natália faziam questão de fazer a visita, mesmo que demorasse; Ivan e eu não gostaríamos de perder tanto tempo apenas aguardando no mesmo lugar, e o Luís ainda não havia decidido.

Chegamos no local por volta das 9 da manhã, como sempre, e constatamos, satisfeitíssimos, que a fila era bem pequena, no máximo meia hora de espera. Excelente o fato da maioria dos turistas sair de seus hoteis por volta desse horário!


Ainda na fila para comprarmos os ingressos do elevador, o Ivan resolveu que iria subir a pé. Normalmente sou uma mãe desnaturada, que aparentemente não está nem aí para o que os filhos fazem, mas nessa hora me deu um chilique: como assim, subir 1665 degraus a pé? E se o corpo desse uma descompensada no meio do caminho, sem ninguém pra acudir?

A resposta do Ivan foi que a torre, para ele, não representava o mínimo atrativo, a única coisa que poderia valer a pena seria essa "aventura".
Encerramos a discussão com o seguinte acordo: ele subiria a pé os trezentos e tantos degraus até o primeiro nível e de lá pegaria o elevador para chegar ao mirante mais alto.

Enquanto ele se dirigia à escada, aproveitamos a espera na fila para fotografarmos detalhes da estrutura da torre, toda em treliças metálicas, idealizada pelo engenheiro Gustave Eiffel, também responsável pela armação da Estátua da Liberdade. 
Chegou nossa vez e entramos no elevador que leva ao primeiro nível. Só que aí começou o desencontro com o Ivan: quem compra o ingresso para ir até o alto da torre utiliza essa primeira parada apenas para sair de um elevador e dirigir-se até o outro, panorâmico, de onde é possível observar a paisagem de Paris através da estrutura da torre.


Isso significa que não pudemos circular por esse mirante mais baixo e, consequentemente, não tivemos como nos encontrar com o Ivan, que ficou esperando por nós durante horas e acabou não visitando o alto da torre.

Observar a cidade do alto da Torre foi simplesmente incrível, pois ela é a segunda construção mais alta da França, com 324m de altura, perdendo apenas para o Viaduto de Milau, construído em 2004.

Lá de cima podíamos ver toda a extensão do Campo de Marte, uma das maiores áreas verdes de Paris, que servia originalmente como campo de treinamento para as tropas francesas, e que vai da base da Torre até a Escola Militar.
Caminhando pelo mirante, tivemos também uma vista magnífica de Les Ivalides, com a cúpula dourada do edifício que abriga o túmulo de Napoleão Bonaparte, nossa próxima parada.

Continuando a contornar o mirante, vimos o Sena com o Grand Palais à esquerda e a ponte Alexandre III, com seus cavalos dourados,...


... e mais adiante, os edifícios administrativos relativos aos assuntos estrangeiros, de um lado do rio, e o Jardim das Tulherias com a roda gigante e o Museu do Louvre bem ao fundo, do outro lado.

 
Ainda fazendo a volta pelo mirante, tivemos uma vista incrível do Arco do Triunfo e a percepção, não tão incrível, da poluição que também afeta a cidade de Paris.


Do lado oposto ao Campo de Marte, bem próxima à base da Torre Eiffel, fica a ponte de Iena (cidade alemã que deu nome a uma das batalhas entre Napoleão Bonaparte e as tropas prussianas comandadas por Frederico Guilherme III. Claro que os franceses venceram, senão não teriam dado esse nome a uma das pontes de Paris), que leva aos Jardins do Trocadero e ao Palais de Chaillot.


O Palais abriga vários museus e, ao fundo da imagem, é visível o Bois de Boulogne, o maior parque de Paris, que conta com trilhas, áreas para prática de remo e caça ao pombo, cafés e restaurantes - mas que não visitamos por conta da distância e da escassa única semana que tivemos pra fazer muita coisa.

Observando o rio Sena no sentido oposto ao visto anteriormente, avistamos a Alée des Cygnes (Aleia dos Cisnes), uma ilha artificial com cerca de 800m que tem, em uma de suas extremidades, uma réplica exata, embora bem menor, da Estátua da Liberdade.


A estátua foi doada por americanos que viviam em Paris, unindo datas importantes para ambos os povos: 4 de julho - data da independência dos Estados Unidos - de 1889 - comemoração do centenário da Revolução Francesa.
Na margem direita do rio, para quem olha de cima da Torre, pudemos ver um edifício ultra moderno: é a Maison de la Radio, sede da rádio e emissora de televisão pública da França.

 

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Deuses e o jantar. Ou jantar dos deuses?

Numa das últimas salas com esculturas greco-romanas que visitamos, era flagrante a diferença entre a beleza despojada das obras da Antiguidade e os ornamentos cheios de artifícios da arte neoclássica.




Por exemplo, havia uma estátua de um menino esganando (não afogando!) o ganso que era perfeita em termos de expressividade e movimento sem que houvesse elementos decorativos ou rebuscamento.













Em compensação, a lareira da sala, que foi construída quando o Louvre servia de residência a reis e imperadores, é repleta de detalhes decorativos.


O curioso é que esses detalhes seguem um padrão, ou seja, não é como na arte gótica em que cada detalhe tem uma característica específica. Nos portais da Notre Dame, por exemplo, há inúmeros anjos, profetas e santos nas arquivoltas, mas se percebe que cada um deles possui uma particularidade, não é como se tivesse sido criado um molde para que suas cópias fossem distribuídas no espaço a elas destinado. Já na arte neoclássica predomina a simetria e os elementos decorativos seguem um padrão definido, de acordo com a racionalidade prevalente nesse momento histórico.









Na sala havia também uma bela estátua do deus Pã...

















... e outra, maravilhosa, de Ártemis/Diana, a deusa caçadora, com sua corça de chifres de ouro. Detalhe: eram quase nove horas da noite e o sol estava firme e forte, iluminando as estátuas.










Certamente não iríamos deixar de apreciar - e fotografar - uma estátua tão significativa para o Luís quanto a de um centauro. Isso porque num de nossos jogos de RPG, era esse o personagem assumido por ele.


A alternância de peças clássicas e neoclássicas era constante, como no caso do mosaico...


... ou do trono em mármore, decorado com figuras de inspiração grega.


Passamos também por uma reprodução do templo de Zeus em Olímpia, uma das sete maravilhas do mundo antigo...


... e por um belíssimo grupo (peça de escultura onde são representadas várias figuras) das Três Graças.


Chamadas de Cárites na mitologia grega, as graças representam o Amor (charitas, que é a caridade no sentido de compaixão, e não de simplesmente dar uma esmola material. A partir do Renascimento esse amor passa a ser identificado como relativo à graça de Deus), o Prazer (voluptas, satisfação geralmente ligada aos sentidos) e a Beleza (pulcritude, que também é associada a ideia de gentileza). As figura das três moças pode também ser relacionada com o Dar, Receber e Agradecer.

Conforme havíamos combinado, nos encontramos no saguão às dez horas, horário de fechamento do Louvre. Ainda em estado de graça por toda a beleza e perfeição artística que tínhamos apreciado, retornamos ao "nosso" bairro e resolvemos seguir direto para um restaurante, porque depois de termos andado tanto, se passássemos primeiro no hotel acabaríamos ficando por lá.

Escolhemos um restaurante próximo ao bar do Pierre, que já havíamos notado em outras passadas pelo local, e que nessa noite estava bastante movimentado: era 7 de julho, dia do jogo entre Espanha e Alemanha na semifinal da Copa do Mundo. Até havia alguns franceses com chapéus e bandeirinhas alemãs, mas logo percebemos que era só pra fazer gozação, pois há uma rixa histórica entre França e Alemanha desde a segunda metade do século XIX, pelo menos, e no futebol ela continua firme e forte. Mais ou menos como a rivalidade entre Brasil e Argentina...

Enquanto ainda estávamos escolhendo o que pedir, o jogo acabou e o local ficou mais tranquilo, o que só contribuiu para que pudéssemos saborear melhor um jantar fantástico: a típica carne mal passada francesa, acompanhada da mostarda de Dijon. O sabor é incomparável! Para completar, tarte tatin, uma torta de maçã simplesmente deliciosa. 

Satisfeitos de corpo e espírito, seguimos direto pro hotel, pois no dia seguinte ainda havia muita coisa pra aproveitar.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Gregos e romanos

A seção onde estávamos é denominada greco-romana porque, na verdade, pouquíssimas obras de arte gregas sobreviveram à destruição por guerras ou desastres naturais. A maior parte do que se vê hoje são cópias romanas, que seguiam exatamente o modelo original no que diz respeito a harmonia das linhas e perfeição da forma. Como foram criadas nos séculos II e I a.C., são consideradas peças originais.





O que impressiona bastante é o realismo das estátuas, não apenas no que diz respeito à exatidão na reprodução de parte do corpo ou vestimentas, mas até na impressão de movimento: dá a impressão de que as pessoas foram "congeladas" no meio da ação.










A arte da escultura, além da função decorativa, também funcionava como propaganda ou elemento de marketing pessoal, principalmente entre os romanos, que eram extremamente práticos.

Um dos exemplos mais flagrantes dessa tendência se revela numa estátua que, de longe, lembra a imagem da Virgem Maria: uma mulher serena, recatada, com trajes absolutamente respeitáveis, a cabeça coberta, segurando uma criança. Quando chegamos perto da obra, caímos na gargalhada ao descobrir que se tratava de Messalina, esposa do imperador Cláudio, e considerada uma mulher promíscua e devassa, tanto que seu nome passou a ser sinônimo de mulher "perdida".









No caso de estátuas de origem grega, eram bastante claras as características que permitiam identificar a deusa ou o deus representado.





Por exemplo, no caso de Afrodite/Vênus, havia sempre uma ênfase na sensualidade, fosse por meio da nudez que buscava ser coberta,...
















... pela postura sedutora e o corpo envolto em veus que mal dissimulavam seus contornos...






... ou mesmo por uma pose supostamente inocente, cujo atrativo estava no deslocamento de uma das pernas um pouco para frente, causando uma "quebra" na linha do quadril que destacava a sinuosidade e a graça da cintura.


Atena/Minerva, por sua vez, deusa da razão, da sabedoria, da estratégia - e da guerra - e da habilidade, surgia sempre impondo respeito e veneração.






Mesmo quando envolta em veus, sua imagem indica uma feminilidade recatada, não sedutora, em que pese o joelho dobrado suavizando as linhas do corpo.













Até quando a obra é mais expressiva, o movimento não é de quem atrai, e sim de quem cobra o respeito ou o compromisso assumido.


Nas salas seguintes havia uma grande variedade de peças, como ânforas com decoração em relevo,...

... estátuas de animais,...


... estelas funerárias com relevos, incluindo uma espécie de suporte para se colocar flores ou algo em homenagem ao morto,...
... e a clássica peça de cerâmica, fonte da maior parte das informações que temos hoje sobre a vida cotidiana dos gregos: vestimentas, armas, objetos do dia-a-dia...


Nesse caso, o vaso que vimos provava que os gregos também faziam churrasco!