domingo, 6 de fevereiro de 2011

Enfim, o Louvre!

Local e horário do encontro de retorno marcados, cada um se dirigiu à área que mais lhe interessava.  A Natália, de forma muito generosa, deixou sua câmera fotográfica comigo, pois ela era a única disponível: eu havia esquecido de esvaziar o cartão de memória da minha e a bateria da máquina do Luís havia acabado.

Pela imensidão e diversidade de obras abrigadas no Louvre, todos nós fomos obrigados a fazer uma seleção prévia do que seria visto. No meu caso, optei pela Antiguidade - Egito, Mesopotâmia, Pérsia, Grécia e Roma -, o que fez com que me concentrasse em esculturas, pinturas em paineis e paredes e peças de arquitetura, deixando pra uma outra vez a apreciação de pinturas. Nem a Mona Lisa estava no meu circuito!




Comecei me deslumbrando com algumas peças egípcias que já havia visto muitas vezes nos livros de História que utilizei com os alunos em sala, mas que são outra coisa quando se vê pessoalmente, de pertinho.








Havia pequenas peças que reproduziam construções do antigo Egito, como um silo de armazenamento de grãos...



... pequenas estátuas em pedra negra representando deuses, como a de Hórus, o deus falcão, filho do casal Osíris e Ísis...



 











... e esfinges de todos os tamanhos.





Aliás, esfinges havia muitas, inclusive um grupo enfileirado como o que decora a via que liga os templos de Luxor e Karnak.


Havia também estátuas de deuses em tamanho maior, feitas de pedra mais clara, como a que representava Khnum, o deus de cabeça de carneiro, responsável por modelar em seu torno de oleiro os corpos dos deuses e dos seres humanos...


 





... e Hátor, a ama de leite de Hórus, deusa benevolente, patrona do amor, da alegria, da dança e da música, representada com o disco solar e duas plumas entre os chifres.





(E pensar que fotografamos a imagem, num primeiro momento, para brincar com o Vítor, meu filho mais novo, que não nos acompanhou nessa viagem e que, em nossos jogos de RPG, é um minotauro branco bárbaro que de "benevolente" não tem nada...)

Havia pedras enormes, magnificamente entalhadas...


... e inúmeras peças de colorido muito vivo, como um sarcófago em madeira e uma estátua de barro da deusa Ísis.








O objeto sobre a cabeça da deusa, uma cadeira com espaldar, é um trono e, ao mesmo tempo, o hieróglifo de seu próprio nome.







Adiante, numa vitrine, havia uma múmia devidamente enfaixada, e o que nos chamou mais atenção (a essa altura, Rejane, Ivan e Luís estavam fazendo mais ou menos o mesmo percurso que eu) foram as faixas fininhas e todas trançadas que cobriam o rosto do embalsamado.


Evidentemente não se tratava das faixas originais, pois estavam muito limpinhas e perfeitas pra terem sido feitas há mais de quatro mil anos, mas considerando o cuidado que os atuais restauradores têm para reproduzir fielmente as condições originais dos objetos, dá pra acreditar que a coisa era realmente feita desse modo.

Continuando o "caminho da morte", vimos miniaturas de criados e seguidores de um faraó, feitas em pedra semipreciosa, que eram colocadas em sua tumba junto com o corpo mumificado.


Além de muito bonita, a obra confirma o que eu vivia falando para os alunos, de que essa história de que os escravos e criados do faraó eram enterrados vivos junto com ele é invenção de Hollywood pra dar mais tensão aos filmes de múmias. Não dava pro Estado egípcio ficar desperdiçando mão-de-obra desse jeito, acabando com a vida de tanto trabalhador de uma vez só.

Bem pertinho havia vitrines com vários tipos de canopos, os recipientes onde eram colocados determinados órgãos retirados do corpo durante o processo de mumificação. Eles podiam ser feitos de barro, madeira, pedra ou alabastro.


Cada órgão ficava num canopo identificado com a cabeça de um ser específico: o canopo com a cabeça do babuíno abrigava os pulmões, o de cabeça de chacal, o estômago, o de cabeça de homem, o fígado e o canopo de cabeça de falcão continha os intestinos.

Depois disso chegamos a uma vitrine que me fez ficar com saudade da minha gatinha, a Bess...

Um comentário:

  1. Sou um doce :D
    Quando fui na parte egípcia tava tão cansada que não lembro de quase nada! Mas não tem como não lembrar da dona múmia!

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