O Jardim das Tulherias pertencia ao Palácio de mesmo nome, que hoje não existe mais, e foi assim chamado porque em 1564, quando Catarina de Médicis ordenou a construção de ambos, havia na região um grande número de olarias que fabricavam telhas - tuiles em francês.
O acesso ao jardim está na calçada oposta a um dos lados da Place de la Concorde e, como não podia deixar de ser, o verde e o dourado dão o tom dos portões.
Nas duas extremidades dos portões há estátuas de mármore representando Mercúrio e a Fama, cada um deles montado num Pégaso.
O calor estava infernal, mas os parisienses estavam felizes, já que não costumam ter altas temperaturas com frequência durante o ano. Como era hora de almoço - e nós, novamente, "atravessando" o horário -, havia muita gente aproveitando pra tomar sol na beira de uma das fontes.
O Jardim é enorme e cortado por uma espécie de avenida que deixa ver, ao fundo o perfil do Louvre.
O que nos incomodou profundamente e aumentou a sensação de calor, foi o fato do chão ser forrado de pedriscos bem miúdos, quase que uma areia, refletindo o sol e dando uma impressão de deserto enquanto a gente não chegava na sombra das árvores.
As árvores são todas organizadas em fileiras de forma bastante sistemática, obedecendo ao projeto do arquiteto André Le Nôtre, responsável pelos jardins de Versalhes, que na segunda metade do século XVII recebeu a incumbência de remodelar o Jardim das Tulherias tornando-o formal e simétrico e cheio de estátuas ornamentais.
Até as mudas de árvores que não estão em seu local definitivo são organizadas dessa forma.
Ao chegarmos próximos a uma das áreas arborizadas, antes mesmo de verificar se havia cadeiras livres para que nos sentássemos, fomos nos refrescar num dos bebedouros/torneiras característicos de Paris.
A peça dourada sobre o bebedouro tinha que ser girada para que a água jorrasse da torneira. A maioria de nós lavou as mãos e bebeu água, exceto o Ivan que não quis nem saber e enfiou a cabeça sob a água que caía.
O palácio das Tulherias, que passou por inúmeras reformas e acréscimos; serviu de morada a muitos reis e imperadores, incluindo Napoleão; que foi o local para onde Luís XVI e Maria Antonieta foram levados após a tomada de Versalhes pelos revolucionários; que foi pilhado várias vezes de acordo com a situação política do país; teve seu fim após ser consumido num incêndio provocado pelos membros da Comuna de Paris em 1871. Demolido cerca de dez anos depois, sobraram dois edifícios da construção original: o Laranjal (l'Orangerie), originalmente uma estufa e que hoje é uma galeria de arte impressionista e pós-impressionista...
... e a Galerie Nationale du Jeu de Paume, construída em 1861, sob o governo de Napoleão III como local para um jogo que pode ser considerado o antepassado do tênis. Durante a Segunda Guerra Mundial, as obras que os nazistas roubaram e confiscaram de artistas judeus e de famílias judias que colecionavam obras de arte ficaram ali armazenadas, e muitas delas acabaram não sendo levadas para a Alemanha. Até a abertura do Museu D'Orsay, esse foi o espaço de exibição das obras impressionistas e, a partir do final do século XX, passou a ser dedicado à arte moderna e contemporânea em todas as suas vertentes, incluindo fotografias, filmes e vídeo arte em geral.
Pena que não sabíamos de nada disso no dia em que lá estivemos, se bem que como o objetivo era, na segunda parte do dia, visitar o Louvre, talvez nem tivéssemos tempo e ânimo de ver um monte de museus num dia só. Além disso, com o calor que fazia, chegou um momento em que não conseguíamos mais pensar direito, só queríamos sombra e água fresca.
Ainda havia muitas estátuas para serem apreciadas, incluindo alegorias representativas dos grandes rios do mundo, como o Nilo, facilmente identificável pela figura da esfinge. Só que preferimos escolher um banco num local bem sombreado - o que não foi fácil, pela quantidade de gente que circulava pelo Jardim - e dar uma parada. Enquanto Ivan, Natália e eu nos sentamos, Luís e Rejane resolveram ir até o local onde havia cafés, quiosques e banheiros públicos para ver se valia a pena pararmos pra comer - e beber! - alguma coisa por ali mesmo.
domingo, 30 de janeiro de 2011
Na Place de la Concorde
Em todo o entorno da praça e também na sua parte central, os postes de iluminação são colunas rostrais, o que quer dizer que possuem ornamentos que representam proas de navios.
São peças incrivelmente decoradas, com o dourado sobressaindo sobre o verde de forma harmoniosa.
Resolvemos nos dirigir à praça propriamente dita e foi então que percemos que ia ser mais complicado do que havíamos pensado: apesar de algumas (parcas) faixas de pedestres, o espaço da praça estava todo tomado pela preparação do 14 de julho, com arquibancadas...
... andaimes, escadas, grades móveis para impedir e controlar a passagem de pedestres... nem o obelisco escapou!
A gente olhava para um lado, não tinha passagem, olhava para outro, vinham carros de todos os lados. Aí me deu a louca e eu fui! Atravessei enquanto um dos semáforos estava fechado e fui costeando as grades, pra depois perceber que deveria ter dado a volta, porque estava do lado de fora das ditas cujas, com os carros passando a centímetros!
O pior é que quando eu fui, todo o grupo foi atrás! Os pedestres mais espertos passavam ENTRE as grades e não do lado de fora como nós.
Porém, Nossa Senhora dos Turistas Sem Noção devia estar atenta, e conseguimos chegar à região das fontes sem maiores problemas além do susto.
Pelo fato do Ministério da Marinha estar num dos prédios que cerca la Concorde, Hittorff resolveu transformá-la numa celebração à navegação na França, por isso os postes com colunas rostrais. Há duas fontes praticamente idênticas, uma em cada lado da praça, mas só conseguimos fotografar uma delas em função do "circo" armado para a comemoração do 14 de julho.
Uma delas se refere à navegação marítima, e a outra, da qual conseguimos boas imagens, representa a navegação fluvial.
Os dois homens sentados em lados opostos representam os rios Rhin e Rhône, e as mulheres seguram elementos que simbolizam as colheitas de uva e de trigo.
Na parte mais próxima à mureta externa da fonte há estátuas de sereias e tritões segurando peixes em seus braços.
A essa altura o sol torrava nossos miolos e não tínhamos sequer o consolo de apreciar a água das fontes, já que elas estavam secas em função do trabalho a ser feito na praça. Resolvemos, então, seguir para o Jardim das Tulherias para tentar encontrar um refresco na sombra das árvores.
Rumo a Place de la Concorde
Saímos da cripta arqueológica da Notre Dame, que estava um forno, e fomos passar mais calor ainda na rua. Estávamos todos querendo - e precisando - nos "hidratar" segundo a terminologia do Luís, mas decidimos pegar o metrô e procurar um local pra fazer isso perto da Place de la Concorde, nossa próxima parada.
Emergimos perto da praça, o calor castigando, e seguimos uma das ruas em direção à Madeleine (a igreja que, até a restauração da Notre-Dame, foi a catedral de Paris), que chama a atenção por sua arquitetura de templo clássico grego.
Essa é uma região de comércio de alto nível, como percebemos ao entrar num misto de padaria e lanchonete chique pra tomar a nossa cerveja. Sentamos no balcão e fomos atendidos por um garçom que era tudo de bom! A única coisa não tão boa foi o preço, mas como eram apenas quatro cervejas e um refrigerante, o prejuízo não foi nada do outro mundo. Pior se tivéssemos entrado no Maxim's, que ficava logo à esquerda, no comecinho da Rue Royale...
Voltamos em direção à praça e começamos a observar e admirar seu entorno. Os dois prédios que ladeavam a rua por onde viemos fazem parte do projeto que criou a praça inteira e que foi desenvolvido por Ange-Jacques Gabriel na segunda metade do século XVIII. Ambos são idênticos e, atualmente, o da direita pertence à Marinha, enquanto que o da esquerda foi dividido em quatro lotes e cedidos à particulares.
O projeto original, aliás, se iniciou com a decisão de encontrar o melhor local para erigir uma estátua equestre de Luís XV para comemorar seu restabelecimento de uma doença. Inaugurada 15 anos após o nascimento da ideia e dando seu nome à praça, a estátua permaneceu nesse local por quase 30 anos, quando foi arremessada de seu pedestal no período da Revolução Francesa. Batizada de Praça da Revolução, nela foi erguida a guilhotinha onde ocorreu a execução da família real e de mais de mil outros condenados.
No refluxo da Revolução, Luís XVIII (irmão do rei que perdeu a cabeça, exilado em 1791 para não sofrer o mesmo destino, e que precisou esperar a abdicação de Napoleão, em 1814, para assumir o trono), pretendeu erigir no centro da praça um monumento em homenagem a seu irmão guilhotinado.
Esses planos foram assumidos por seu sucessor e irmão mais novo, Carlos X, que batizou a praça com o nome de Luís XVI. A estátua, porém, nunca foi erguida, pois a revolução de 1830 interrompeu os planos do rei, forçando sua abdicação e uma série de movimentos políticos que fizeram subir ao poder o rei Luís Felipe I, conhecido também como "o rei burguês", responsável por um regime mais liberal. É nesse momento que a praça recebe seu nome definitivo, como para sinalizar o fim dos violentos conflitos políticos que vinham ocorrendo desde o final do século anterior.
Em 1831, o vice-rei do Egito ofereceu à França os dois obeliscos que marcavam o palácio de Ramsés II e Luís Felipe decidiu erguer um deles na Place de la Concorde onde "ele não lembrará nenhum acontecimento político".
Com mais de 22m de altura e pesando 227 toneladas, transportá-lo e erguê-lo foi uma verdadeira proeza, contada por meio de imagens e textos na base de 9m construída para acomodá-lo.
Os hieróglifos em seu corpo exaltam o faraó Ramsés II e a pirâmide dourada que cobre seu topo, feita em cobre e folhas de ouro, foi colocada em 1998.
Na primeira metade do século XIX, Jacques-Ignace Hittorff alterou alguns aspectos da praça obedecendo ao projeto original de Ange-Jacques Gabriel. Respeitando a proposta de um contorno octogonal, foram erigidas estátuas alegóricas de oito cidades francesas, como Lille...
Emergimos perto da praça, o calor castigando, e seguimos uma das ruas em direção à Madeleine (a igreja que, até a restauração da Notre-Dame, foi a catedral de Paris), que chama a atenção por sua arquitetura de templo clássico grego.
Essa é uma região de comércio de alto nível, como percebemos ao entrar num misto de padaria e lanchonete chique pra tomar a nossa cerveja. Sentamos no balcão e fomos atendidos por um garçom que era tudo de bom! A única coisa não tão boa foi o preço, mas como eram apenas quatro cervejas e um refrigerante, o prejuízo não foi nada do outro mundo. Pior se tivéssemos entrado no Maxim's, que ficava logo à esquerda, no comecinho da Rue Royale...
Voltamos em direção à praça e começamos a observar e admirar seu entorno. Os dois prédios que ladeavam a rua por onde viemos fazem parte do projeto que criou a praça inteira e que foi desenvolvido por Ange-Jacques Gabriel na segunda metade do século XVIII. Ambos são idênticos e, atualmente, o da direita pertence à Marinha, enquanto que o da esquerda foi dividido em quatro lotes e cedidos à particulares.
O projeto original, aliás, se iniciou com a decisão de encontrar o melhor local para erigir uma estátua equestre de Luís XV para comemorar seu restabelecimento de uma doença. Inaugurada 15 anos após o nascimento da ideia e dando seu nome à praça, a estátua permaneceu nesse local por quase 30 anos, quando foi arremessada de seu pedestal no período da Revolução Francesa. Batizada de Praça da Revolução, nela foi erguida a guilhotinha onde ocorreu a execução da família real e de mais de mil outros condenados.
No refluxo da Revolução, Luís XVIII (irmão do rei que perdeu a cabeça, exilado em 1791 para não sofrer o mesmo destino, e que precisou esperar a abdicação de Napoleão, em 1814, para assumir o trono), pretendeu erigir no centro da praça um monumento em homenagem a seu irmão guilhotinado.
Esses planos foram assumidos por seu sucessor e irmão mais novo, Carlos X, que batizou a praça com o nome de Luís XVI. A estátua, porém, nunca foi erguida, pois a revolução de 1830 interrompeu os planos do rei, forçando sua abdicação e uma série de movimentos políticos que fizeram subir ao poder o rei Luís Felipe I, conhecido também como "o rei burguês", responsável por um regime mais liberal. É nesse momento que a praça recebe seu nome definitivo, como para sinalizar o fim dos violentos conflitos políticos que vinham ocorrendo desde o final do século anterior.
Em 1831, o vice-rei do Egito ofereceu à França os dois obeliscos que marcavam o palácio de Ramsés II e Luís Felipe decidiu erguer um deles na Place de la Concorde onde "ele não lembrará nenhum acontecimento político".
Com mais de 22m de altura e pesando 227 toneladas, transportá-lo e erguê-lo foi uma verdadeira proeza, contada por meio de imagens e textos na base de 9m construída para acomodá-lo.
Os hieróglifos em seu corpo exaltam o faraó Ramsés II e a pirâmide dourada que cobre seu topo, feita em cobre e folhas de ouro, foi colocada em 1998.
Na primeira metade do século XIX, Jacques-Ignace Hittorff alterou alguns aspectos da praça obedecendo ao projeto original de Ange-Jacques Gabriel. Respeitando a proposta de um contorno octogonal, foram erigidas estátuas alegóricas de oito cidades francesas, como Lille...
... Brest,...
... e Strasbourg, entre outras. Sobre essa última alegoria, há um dado interessante: ao final da guerra franco-prussiana, os prussianos vitoriosos unificaram os territórios de fala e origem germânica criando a Alemanha, e entre as exigências feitas aos franceses derrotados, estava a cessão das regiões da Alsácia e da Lorena. Por esse motivo, a partir de 1871 a alegoria de Strasbourg foi coberta com um veu negro, retirado apenas com o fim da Primeira Grande Guerra, quando a França retomou esse território.
Todas as estátuas têm em comum uma espécie de coroa em forma de fortaleza, decerto identificando as muralhas da cidade, e estão sentadas ou com os pés apoiados sobre canhões, o que indica a ocorrência de guerras para que fossem conquistadas ou libertadas. Porém, cada uma delas carrega objetos diferentes: uma espada, o caduceu de Mercúrio, um pergaminho...
sábado, 29 de janeiro de 2011
Tesouro e cripta da Notre-Dame
Antes de seguirmos para as salas onde ficam os tesouros da Catedral, passamos por uma capela interna onde estão várias maquetes da própria Notre-Dame.
Uma delas era feita em madeira e os detalhes da estrutura eram de uma fidelidade absurda em relação a construção real.
Havia também um ostensório de ouro, cravejado de brilhantes, doado por Luís XVIII.
Há restos de uma terma de pequenas dimensões, datada do século IV. O pátio de entrada não existe mais, bem como a sala das caldeiras de aquecimento. Das três outras salas - o frigidarium, o tepidarium e o caldarium - restaram apenas algumas paredes e arcos.
Uma delas era feita em madeira e os detalhes da estrutura eram de uma fidelidade absurda em relação a construção real.
Depois de apreciarmos as maquetes em todos os seus detalhes, seguimos para a sala dos tesouros da Notre-Dame. Na verdade, são várias salas, e uma delas reproduz o local onde os religiosos se reuniam para discutir questões internas, toda em madeira escura e entalhada, muito solene. Em vitrines havia trajes e mantos utilizados em ocasião de missas festivas como a da Páscoa e Pentecostes, todos eles bordados em cores vivas e com muitos detalhes em dourado.
Na parte das jóias, uma que chamou bastante a nossa atenção foi a coroa da Virgem. O foco da fotografia realmente deixou a desejar, pois não se podia usar flash, mas não íamos deixar de registrar a peça por causa disso.
E o tesouro mais precioso: um relicário novo para a coroa de espinhos de Cristo, criado com base em desenho de Viollet-le-Duc. A base da peça é sustentada por nove quimeras e, sentados sobre essa base estão Santa Helena segurando a cruz (ela foi a mãe de Constantino, considerado o primeiro imperador romano a se tornar cristão, por influência dela), o imperador Balduíno II, imperador de Constantinopla, segurando o cetro e a orbe nas mãos (foi ele quem vendeu a coroa de espinhos a Luís IX, depois São Luís. Só que ele não está visível na foto) e o próprio São Luís segurando a relíquia. Sobre uma plataforma circular menor que a base ergue-se uma copa circular com as figuras dos doze apóstolos entre espaços fechados com vidro: esse era o local onde a coroa ficava. No alto de tudo, flores de lis, o símbolo da França, decoradas com floreios e pedras preciosas.
Saímos da catedral maravilhados e tão santificados que aproveitamos para ocupar os nichos onde os santos ficavam.
O Ivan bateu a foto porque achou uma falta de respeito o que nós fizemos. Não em relação aos santos ou à religião, mas à construção, a estrutura da Notre-Dame. Porém nenhum funcionário nos impediu e havia várias pessoas tirando fotos no mesmo local, portanto...
Na praça em frente à catedral há uma estátua de Carlos Magno, e o mais curioso é que ele e os outros guerreiros que o acompanham são representados com enormes bigodes gauleses, como os que vemos nos quadrinhos de Asterix e Obelix.
Como estávamos com tempo disponível, resolvemos fazer uma visita à cripta arqueológica da Notre-Dame, cuja entrada fica fora da catedral. As ruínas romanas e restos de habitações medievais que a compõem foram descobertas em 1965, quando a prefeitura de Paris começou a escavar o terreno para construir na praça um parque subterrâneo.
Nessa cripta há ruínas de construções de gauleses e romanos, restos da Paris medieval e vestígios de edificações do século XVIII, mostrando que o local era realmente disputado, tendo se reconstruído sobre si mesmo durante mais de 2.000 anos.
Há restos de uma terma de pequenas dimensões, datada do século IV. O pátio de entrada não existe mais, bem como a sala das caldeiras de aquecimento. Das três outras salas - o frigidarium, o tepidarium e o caldarium - restaram apenas algumas paredes e arcos.
Entre as ruínas medievais há o sótão de uma taverna, construída provavelmente no século XII, quando o bispo de Paris Maurice de Sully deu início à construção da catedral. Foi aberta então uma rua de 6m de comprimento, tamanho pouco comum para a época, traçada de acordo com o eixo da fachada da Notre-Dame, onde devem ter surgido vários edifícios para atender ao público que se dirigia à igreja.
No século XVIII, por razões de higiene e para melhorar a circulação de pessoas e carruagens, muitos edifícios medievais foram destruídos. Além de serem abertas ruas mais largas, também foi construída uma rede de esgotos, cujas ruínas também se encontram na cripta.
Além das ruínas, a cripta conta também com uma incrível maquete da Paris medieval, logicamente que com a Notre-Dame em destaque. Detalhe para a escadinha que sobe do Sena para a alameda ao lado da catedral.
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
As capelas da Notre-Dame
Nas naves laterais da Notre-Dame há um número enorme de pequenas capelas internas em homenagem a diversos personagens, todas elas diversas entre si e, na maioria das vezes, abrigando o túmulo de um bispo, arcebispo ou cardeal. Esse túmulo, porém, não é lúgubre ou assustador, ao contrário, em geral é uma obra de arte em função das estátuas que são colocadas para decorá-los.
Por exemplo, na Capela Saint-Denis está o túmulo do Arcebispo Denis Affre, com uma estátua que o representa.
Quando do movimento revolucionário de 1848 em Paris, Monsenhor Affre foi levado a crer que sua intervenção poderia restaurar a paz entre os rebeldes e as forças militares. Montou uma barricada no Fauburg Saint-Antoine (próximo ao nosso hotel!) levando na mão um ramo verde em sinal de paz. Porém, pelo fato de estar acompanhado por soldados, mal começou a falar foi alvejado pelos revolucionários, que imaginaram ter sido traídos.
Numa outra capela havia um altar com um ícone de Cristo e sobre ele um tríptico em relevo mostrando (curiosamente, da direita para a esquerda) um anjo e as mulheres que ficaram com Ele nos últimos momentos, a descida da cruz e o recolhimento de Seu corpo num manto.
A estátua sobre o relevo talvez represente a Verônica, pois o tecido em suas mãos pode ser o que foi utilizado para enxugar o rosto de Jesus, sendo hoje chamado de Santo Sudário.
Algumas dessas capelas são bem mais recentes do que a construção da catedral, como a da Santa Infância, ou da Infância Missionária, criada no século XIX.
No altar há uma escultura de Cristo, que preside os trabalhos da Santa Infância, com duas crianças, uma ocidental e outra oriental, mostrando de forma alegórica o trabalho dos missionários que difundiram o catolicismo a leste e oeste da Europa.
Ao fundo há uma estátua de Santa Teresinha de Lisieux, padroeira das Missões, e no relicário, os restos mortais de São Paul Chen, um seminarista chinês beatificado em 1920 e canonizado eno ano 2000.
E pra não dizer que o Terceiro Mundo não tem vez na catedral de Paris, há uma capela dedicada a Nossa Senhora de Guadalupe.
Em praticamente todas as capelas há alguma obra de arte, como pinturas, com cenas da vida de Cristo...
... relevos - no caso mostrando uma cena de batismo...
... enormes custódias em metal...
... e até lustres do tipo que se usava há séculos atrás.
Aliás, o maior de todos os lustres não estava no seu local correto e sim no chão, passando por restauração.
Nas paredes entre as capelas havia também uma série de peças de arte ou históricas, como um ícone, característico do catolicismo ortodoxo...
... uma placa em homenagem ao milhão de mortos dos diversos países do Reino Unido durante a Primeira Grande Guerra, cuja maior parte está sepultada na França...
... e até o ralo de escoamento de água era uma obra de arte!
... cuja "roupa" é cravejada de pedras preciosas.
Por exemplo, na Capela Saint-Denis está o túmulo do Arcebispo Denis Affre, com uma estátua que o representa.
Quando do movimento revolucionário de 1848 em Paris, Monsenhor Affre foi levado a crer que sua intervenção poderia restaurar a paz entre os rebeldes e as forças militares. Montou uma barricada no Fauburg Saint-Antoine (próximo ao nosso hotel!) levando na mão um ramo verde em sinal de paz. Porém, pelo fato de estar acompanhado por soldados, mal começou a falar foi alvejado pelos revolucionários, que imaginaram ter sido traídos.
Numa outra capela havia um altar com um ícone de Cristo e sobre ele um tríptico em relevo mostrando (curiosamente, da direita para a esquerda) um anjo e as mulheres que ficaram com Ele nos últimos momentos, a descida da cruz e o recolhimento de Seu corpo num manto.
A estátua sobre o relevo talvez represente a Verônica, pois o tecido em suas mãos pode ser o que foi utilizado para enxugar o rosto de Jesus, sendo hoje chamado de Santo Sudário.
Algumas dessas capelas são bem mais recentes do que a construção da catedral, como a da Santa Infância, ou da Infância Missionária, criada no século XIX.
No altar há uma escultura de Cristo, que preside os trabalhos da Santa Infância, com duas crianças, uma ocidental e outra oriental, mostrando de forma alegórica o trabalho dos missionários que difundiram o catolicismo a leste e oeste da Europa.
Ao fundo há uma estátua de Santa Teresinha de Lisieux, padroeira das Missões, e no relicário, os restos mortais de São Paul Chen, um seminarista chinês beatificado em 1920 e canonizado eno ano 2000.
E pra não dizer que o Terceiro Mundo não tem vez na catedral de Paris, há uma capela dedicada a Nossa Senhora de Guadalupe.
Em praticamente todas as capelas há alguma obra de arte, como pinturas, com cenas da vida de Cristo...
... relevos - no caso mostrando uma cena de batismo...
... enormes custódias em metal...
... e até lustres do tipo que se usava há séculos atrás.
Aliás, o maior de todos os lustres não estava no seu local correto e sim no chão, passando por restauração.
Nas paredes entre as capelas havia também uma série de peças de arte ou históricas, como um ícone, característico do catolicismo ortodoxo...
... uma placa em homenagem ao milhão de mortos dos diversos países do Reino Unido durante a Primeira Grande Guerra, cuja maior parte está sepultada na França...
... e até o ralo de escoamento de água era uma obra de arte!
Isso sem contar as diversas estátuas, como a de Santa Joana D'Arc, padroeira da França - e das Bandeirantes!...
... e a de um bispo (ou cardeal de Paris, quem manda não anotar na hora!) com um leão aos pés...... cuja "roupa" é cravejada de pedras preciosas.
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