domingo, 30 de janeiro de 2011

O Jardim das Tulherias

O Jardim das Tulherias pertencia ao Palácio de mesmo nome, que hoje não existe mais, e foi assim chamado porque em 1564, quando Catarina de Médicis ordenou a construção de ambos, havia na região um grande número de olarias que fabricavam telhas - tuiles em francês.






O acesso ao jardim está na calçada oposta a um dos lados da Place de la Concorde e, como não podia deixar de ser, o verde e o dourado dão o tom dos portões.









Nas duas extremidades dos portões há estátuas de mármore representando Mercúrio e a Fama, cada um deles montado num Pégaso.













































O calor estava infernal, mas os parisienses estavam felizes, já que não costumam ter altas temperaturas com frequência durante o ano. Como era hora de almoço - e nós, novamente, "atravessando" o horário -, havia muita gente aproveitando pra tomar sol na beira de uma das fontes.



O Jardim é enorme e cortado por uma espécie de avenida que deixa ver, ao fundo o perfil do Louvre.



O que nos incomodou profundamente e aumentou a sensação de calor, foi o fato do chão ser forrado de pedriscos bem miúdos, quase que uma areia, refletindo o sol e dando uma impressão de deserto enquanto a gente não chegava na sombra das árvores.

As árvores são todas organizadas em fileiras de forma bastante sistemática, obedecendo ao projeto do arquiteto André Le Nôtre, responsável pelos jardins de Versalhes, que na segunda metade do século XVII recebeu a incumbência de remodelar o Jardim das Tulherias tornando-o formal e simétrico e cheio de estátuas ornamentais.

Até as mudas de árvores que não estão em seu local definitivo são organizadas dessa forma.


Ao chegarmos próximos a uma das áreas arborizadas, antes mesmo de verificar se havia cadeiras livres para que nos sentássemos, fomos nos refrescar num dos bebedouros/torneiras característicos de Paris.



A peça dourada sobre o bebedouro tinha que ser girada para que a água jorrasse da torneira. A maioria de nós lavou as mãos e bebeu água, exceto o Ivan que não quis nem saber e enfiou a cabeça sob a água que caía.





O palácio das Tulherias, que passou por inúmeras reformas e acréscimos; serviu de morada a muitos reis e imperadores, incluindo Napoleão; que foi o local para onde Luís XVI e Maria Antonieta foram levados após a tomada de Versalhes pelos revolucionários; que foi pilhado várias vezes de acordo com a situação política do país; teve seu fim após ser consumido num incêndio provocado pelos membros da Comuna de Paris em 1871. Demolido cerca de dez anos depois, sobraram dois edifícios da construção original: o Laranjal (l'Orangerie), originalmente uma estufa e que hoje é uma galeria de arte impressionista e pós-impressionista...


... e a Galerie Nationale du Jeu de Paume, construída em 1861, sob o governo de Napoleão III como local para um jogo que pode ser considerado o antepassado do tênis. Durante a Segunda Guerra Mundial, as obras que os nazistas roubaram e confiscaram de artistas judeus e de famílias judias que colecionavam obras de arte ficaram ali armazenadas, e muitas delas acabaram não sendo levadas para a Alemanha. Até a abertura do Museu D'Orsay, esse foi o espaço de exibição das obras impressionistas e, a partir do final do século XX, passou a ser dedicado à arte moderna e contemporânea em todas as suas vertentes, incluindo fotografias, filmes e vídeo arte em geral.

Pena que não sabíamos de nada disso no dia em que lá estivemos, se bem que como o objetivo era, na segunda parte do dia, visitar o Louvre, talvez nem tivéssemos tempo e ânimo de ver um monte de museus num dia só. Além disso, com o calor que fazia, chegou um momento em que não conseguíamos mais pensar direito, só queríamos sombra e água fresca.


Ainda havia muitas estátuas para serem apreciadas, incluindo alegorias representativas dos grandes rios do mundo, como o Nilo, facilmente identificável pela figura da esfinge. Só que preferimos escolher um banco num local bem sombreado - o que não foi fácil, pela quantidade de gente que circulava pelo Jardim - e dar uma parada. Enquanto Ivan, Natália e eu nos sentamos, Luís e Rejane resolveram ir até o local onde havia cafés, quiosques e banheiros públicos para ver se valia a pena pararmos pra comer - e beber! - alguma coisa por ali mesmo.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário