domingo, 23 de janeiro de 2011

Os prisioneiros da Conciergerie

No andar superior do corredor dos prisioneiros existe uma lista com os nomes das 2.780 pessoas condenadas a morrer na guilhotina pelo Tribunal Revolucionário, que se instalou na própria Conciergerie, acima da Sala da Guarda.




Nesse espaço foi feita uma reconstituição das celas dos diferentes tipos de prisioneiros: os pailleux, pobres e sem recursos, que eram obrigados a dormir sobre a palha...









... os pistoliers, prisioneiros que pagavam em pistolas, antigas moedas francesas, para terem uma melhor acomodação, e os hôtes de marque, hóspedes de categoria, para quem era alugada uma cela individual com uma cama e algo para se escrever, pois era costume que as pessoas escrevessem suas memórias antes de morrer.







O local onde se situava a Capela Real durante a Idade Média é hoje conhecido como a Capela dos Girondinos, pois diz a tradição que 21 deputados girondinos (moderados, representantes da alta e média burguesia, defendiam a manutenção da monarquia na França, porém limitada por uma Constituição) compartilharam nesse local o último banquete oferecido aos condenados à morte na noite de 29 para 30 de outubro de 1793.


Entre os prisioneiros importantes que aguardaram o julgamento pelo Tribunal Revolucionário na Conciergerie, esteve também a rainha Maria Antonieta. Em parte do que foi, originariamente, sua cela, o rei Luís XVIII fez construir uma capela comemorativa de sua memória. Na outra parte foi reconstruída a segunda cela onde ela foi aprisionada, e por ter tentado fugir da primeira, havia guardas vigiando-a constantemente, separados da rainha apenas por um biombo - privacidade zero!


Externamente há uma série de pátios que eram reservados para os homens ou para as mulheres, adaptados dos antigos jardins e pátios da época em que a construção ainda era moradia da família real.


Num dos cantos havia uma torre de formato bastante incomum, que não poderíamos deixar de fotografar.








E depois de ver, ouvir e ler tanta coisa sobre prisão e prisioneiros, era mais ou menos assim que nos sentíamos...


A essa altura estávamos no final da tarde e nosso próximo compromisso, o passeio de bateaux pelo Sena era só às 20h, portanto resolvemos aproveitar o tempo disponível para resolver o problema da minha mala avariada.

2 comentários:

  1. O que imaginei se vocês realmente estivessem presos:
    Luís - Iria realizar uma diretriz de normas e procedimentos, ou seja, iria fazer uma espécie de ISO 9002 na cadeia.
    Iara - Faria a orgnização dos processos dos condenados em arquivos específicos que incluiriam a conduta dos presos.
    Ivan - Seria um pensador do local e escreveria não só suas memórias, mas talvez um romance sobre o local.
    Regiane - não conheço...não posso falar.
    E tudo isso regado ao bom humor dos três heheheh

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  2. Minina, não chame a Rejane de Regiane, senão ela vai virar sua inimiga antes mesmo de conhecer você!
    E sobre o que ela faria na prisão? Ora, acompanhamento psicológico dos detidos, com direito a terapia de vidas passadas e auricopuntura pra o indivíduo ir menos tenso pra guilhotina...

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