segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O interior da Notre-Dame

Nosso quarto dia em Paris (sem contar com a tarde em que chegamos)começou com aquele café da manhã delicioso do hotel e rapidamente seguimos para o metrô em direção à catedral de Notre-Dame, já que no dia anterior só havíamos visitado a parte externa.

Como não tínhamos interesse em fazer programas noturnos, não ficava tão difícil acordar cedo, e considerando que para os turistas e parisienses em geral 9h da manhã ainda era cedo, praticamente não pegamos fila para entrar na catedral.

Não há outra palavra para descrever a grandiosidade da catedral: é impressionante!


O princípio que comanda a arquitetura gótica é o da verticalidade, a ideia da ligação da terra com o ceu, levando o fiel a ascender e ficar mais próximo da divindade.





A utilização dos vitrais - e na Notre-Dame eles são inúmeros, tanto representando cenas sagradas...














... quanto com motivos geométricos...









... e até com "janelinhas" que se abrem - tem por função iluminar de forma suave o interior da nave, dando a impressão que as paredes se erguem, em frontal desafio à força da gravidade.








Com 35m de altura, suas colunas acentuam a verticalidade e fazem a divisão das arcadas altas para as naves laterais, além de se cruzarem formando uma série de abóbadas.








No cruzamento do transepto* com a nave principal, os arcos têm uma espécie de medalhão no ponto de sua junção, sugerindo que o olhar para o alto era esperado e estimulado.


A rosácea do braço norte do transepto tem 13m de diâmetro e nela predominam os tons de azul. Toda sua composição se baseia no número 8, que simboliza o universo: a Terra e os sete planetas conhecidos na época da construção da catedral.


No círculo central está a figura de Maria com o Menino, rodeada de 8 pequenos círculos, que se expandem até compor 16 medalhões que, em sua expansão, vão formar mais 32 círculos. Neles estão representados personagens do Antigo Testamento, como profetas, reis e sacerdotes.

Descendo o olhar para o nível do chão, vimos a nossa frente o coro da catedral com o altar ao fundo. Infelizmente nossas câmeras fotográficas de turistas não tinham o zoom muito potente e não podíamos avançar para chegar mais perto, mas a imagem sob a cruz era uma maravilhosa Pietá dourada.


Nas laterais externas do coro havia um maravilhoso trabalho de madeira entalhada e pintada com uma enorme sequência de cenas da vida de Cristo.


Aliás, já que comentei sobre a câmera... justamente nesse dia em que a programação incluía o interior da Notre-Dame e o Louvre, a esperta aqui passou todas as imagens pro laptop do Luís mas esqueceu de formatar o cartão de memória. Conclusão? Fiquei sem câmera pra fotografar! E eu já havia planejado aproveitar pra enriquecer meu acervo de fotos para as aulas de História da Arte...

A sorte é que o grupo era formado por gente muito bacana, então o Luís deixou a câmera dele comigo na parte da manhã e, à tarde, no Louvre, fiquei com a da Natália.
 
 
* transepto: nave que se encontra perpendicular à nave central, cruzando com esta e antes do coro. O seu comprimento pode ultrapassar a largura da nave central, de maneira que se compõe uma planta em forma de cruz.

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