Voltamos os três - Luís, Ivan e eu - ao hotel e fomos direto pro banho, de banheira, como merecíamos depois de tanta caminhada e de tanto calor. Antes do horário combinado para o passeio de bateaux o Luís sugeriu tomarmos uma cerveja "para hidratar". Detalhe: o Luís não bebia nada além de refrigerante e suco, mas em Paris e com a má influência de duas bebedoras de cerveja contumazes como Rejane e eu, não teve jeito.
Numa das esquinas da rua onde ficava nosso hotel ficava o barzinho do Pierre, muito agradável, com mesas na calçada, um chá gelado delicioso e uma cerveja ótima. Rejane e Natália preferiram continuar no hotel até a hora de sairmos, portanto apenas nós três fomos nos hidratar.
É curioso como nós, de São Paulo, já nos acostumamos a não conviver com fumantes em lugares públicos, mesmo que abertos, se houver toldos. Lá em Paris há muitos fumantes, e na parte externa dos barzinhos e restaurantes o cigarro é livre. Não chega a incomodar muito, principalmente no meu caso, que sou ex-fumante, mas já estranhamos quando isso acontece.
Retornamos ao hotel um pouco antes das 20h e nos encontramos com Rejane e Natália no saguão. Dali a pouco chegou o sr. Marques, um senhor português super simpático que seria nosso guia no passeio de bateaux pelo Sena e na vista de Paris à noite.
Ele se apresentou e seguimos para a van. Como somos todos bastante educados e éramos os primeiros a chegar, começamos a nos acomodar no último banco: Natália na janela, Ivan no meio e eu na outra janela. No banco do meio sentaram-se Rejane na janela e o Luís ficou no meio. Enquanto seguíamos para o hotel onde seriam pegas as outras três pessoas que também haviam contratado o passeio, o sr. Marques comentou que após sairmos do bateaux iríamos circular pela cidade para vermos os monumentos iluminados - Torre Eiffel, Arco do Triunfo, Invalides e outros -, mas tudo de dentro da van, pois não há local para estacionar próximo desses pontos turísticos para que possamos circular a pé por eles.
Continuando a conversa, chegamos à conclusão que seria interessante se todos nós ficássemos, após o passeio no Sena, numa das janelas da van ou então no banco da frente, ao lado do motorista, para termos uma visão razoável. Meio que na brincadeira comentamos que iríamos sair correndo do bateaux para a van, a não ser que as três pessoas que fossem ao passeio conosco fossem algumas das idosas que fizeram parte do grupo em que viajamos. Havia um grupo exatamente de três senhoras, uma delas com mais de 80 anos, todas super animadas e simpáticas.
Chegamos ao outro hotel e quem disse que as pessoas estavam prontas? Foram 20 minutos de atraso e, durante esse tempo, abrimos portas e janelas da van, já que com o motor desligado o ar condicionado não funciona. O próprio guia ficou encostado na van conversando conosco e reclamando como nós de pessoas que viajam em grupo e não respeitam horário. E eis que quem são as três criaturas que saem do hotel lépidas e fagueiras, num papo animado como se não estivessem empatando o passeio dos outros? As Gap Girls! Imaginem a nossa alegria...
Duas delas sentaram-se na frente, junto com o sr. Marques, e a terceira acomodou-se ao lado do Luís, numa das janelas do banco do meio. Dada a partida da van, foi ligado o ar condicionado. Todos nós fechamos as janelas da van, exceto a Gap Girl do banco do meio. O Luís, então, pediu com toda a educação possível que ela fechasse a janela para que o ar condicionado funcionasse corretamente, ao que a simpática garota bufou, resmungou um "que saco!" e tentou fechar a janelinha. Eu, que estava atrás dela, não ouvi o construtivo diálogo entre os dois e achei que ela não estivesse conseguindo fechar a janela, no que me prontifiquei a ajudar. Imagino que ela deve ter se estressado ainda mais, mas com certeza não menos que o Luís, que ficou puto da vida com a falta de educação da moça: além de atrasar e nem se dignar a se desculpar quando chegou na van, fazendo com que tivéssemos que pegar o bateaux das 21:30h ao invés do que saía meia hora antes, ainda foi grossa pra caramba com um pedido banal.
Chegamos aos pés da Torre Eiffel, de onde saía o nosso barco, e o sr. Marques disse que estaria nos esperando quando voltássemos, já que o passeio é de ida e volta ao mesmo ponto.
Ao tentarmos inserir nosso ingresso para entrar na fila do barco das 21:30h, nada feito, porque originalmente iríamos pegar o das 21h. O sr. Marques já havia sumido com a van, porque há um local para deixar os passageiros e outro para estacionar os veículos. Ainda bem que logo vimos um rapazinho da própria empresa dos barcos que veio em nosso socorro e trocou nossos ingressos. As Gap Girls, em seu ritmo "atraso sim, e daí?" estavam bastante atrás de nós e ficamos na torcida para que se atrapalhassem muuuuuuuito com os ingressos, mas aí era pedir demais: eram todas jovens e bonitinhas, rapidamente o moço percebeu que o problema delas era o mesmo que o nosso e foi trocar os bilhetes.
Há inúmeros barcos que fazem o passeio pelo Sena, o nosso era o mais simples, apenas deslizar pelo rio olhando os monumentos. Havia um aparelho com fone de ouvido com as informações sobre vários pontos avistados no qual podíamos escolher uma enorme variedade de línguas para ouvi-las, além de um guia que dava algumas informações gerais em francês, inglês e espanhol. Mas no caminho vimos barcos de todo o tipo: com cobertura transparente e mesas de jantar; com gente com roupa social, chiquérrima, e pouquíssimas mesas com cristais e louças lindas, que devia custar os olhos da cara; com área aberta como o nosso, mas com bar interno; com mesas e pista de dança, e a música comendo solta... Porém nada disso desmereceu o nosso passeio, que valeu a pena, inclusive porque pegamos o pôr-do-sol e tivemos uma visão diferente de vários locais que já havíamos visitado e por onde havíamos passado durante o dia.
como eu gostaria de ter feito esta viagem com você;já estive 4 vezes em paris e não tive nem um décimo dessas informações . uma verdadeira aula. parabéns
ResponderExcluiryvonne
Bem, a gente sabia a maior parte do que estou colocando nos posts, mas tem coisa que estou garimpando agora, na internet, e que ao descobrir dá vontade de voltar pra conferir direitinho.
ResponderExcluirParece incrível que em volta de uma pessoa organizada aparece alguém para "melar" tudo! Acho que é o destino treinando a nossa paciência!
ResponderExcluirAffe!
É legal saber que cada lugar é muito peculiar...refiro-me ao passeio pelo Sena onde vocês podiam ouvir em vários idiomas sobre os lugares.
ResponderExcluirSobre as "gaps" melhor não perder tempo com escórias...
Sobre as Gap Girls, aguarde o post que vai entrar após o do passeio no Sena com o bateaux...
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