sexta-feira, 16 de julho de 2010

Enfim, o jantar

Continuamos nossa caminhada e chegamos às margens do Sena. Apesar de serem 8 horas da noite, ainda estava bastante claro, o que fez com que nos animássemos pensando no quanto poderíamos aproveitar nos outros dias. Havia muitos bateaux circulando pelo rio, desde os mais sofisticados até aqueles parecidos com a barca da Cantareira, que faz a travessia Rio-Niterói.








Atravessamos a Pont de Sully...










... e chegamos à Île St. Louis, com ruazinhas estreitas e prédios antigos, muitas lojas de artigos de arte - todas fechadas devido ao horário - e vários restaurantes.






Escolhemos um que nos pareceu interessante e onde a garçonete falava um espanhol mais ou menos e a dona (ou gerente) falava inglês. O mais difícil foi encontrar mesa pra cinco pessoas, pois pelo jeito, em Paris as pessoas saem em grupos pequenos. O normal são mesas para duas ou quatro pessoas e o espaço entre elas é mínimo. De qualquer forma nos ajeitamos e fizemos os pedidos. O forte da casa eram os risotos e foi o que a maioria pediu. Quando os pratos vieram foi até engraçado, pois eles tinham uma forma diferente da habitual: eram redondos também mas tinham uma espécie de rebaixo no meio, como se fosse um sombrero com a copa para baixo. Demos uma olhada na quantidade de comida e pensamos que talvez fosse pouco, lembrando o que todo mundo diz sobre comida francesa, que é muito boa mas não é servida com a fartura que ocorre aqui no Brasil. Ainda bem que o prato nos enganou, porém, porque todo mundo ficou satisfeito. Pedimos vinho em taça - o da casa, que geralmente é bom - e só depois percebemos que o lance, caso mais de uma pessoa vá bebê-lo, é pedir uma jarra, ou pichet, como se diz.

As bebidas são indicadas no cardápio sempre com a quantidade, mas eles medem em centilitros, então se pode pedir um pichet de 50cl ou 75cl e, no caso da cerveja, copos de 25cl ou 50cl.

Não iríamos dispensar a sobremesa, claro, e os pedidos variaram entre o tradicional mousse au chocolat, o creme brûleé e uma fantástica composição de fatias de panetone tostadas acompanhadas de pêras em calda. Vejam como saímos satisfeitos de lá!


O retorno seria feito de metrô, e com o mapa nas mãos o Ivan foi nos guiando. Só que da mesma forma que aqui, as ruas que formam uma praça não são indicadas nas placas de sinalização, aparece apenas o nome da praça, e aí nos atrapalhamos um pouco. Situação desagradável, não? Perdidos em Paris, caminhando numa temperatura amena, sem horário nem pressa e dando de cara com uma série de construções antigas...




Uma dessas construções tinha um letreiro bem estranho, deveria ser algo ligado à Ministério, à Justiça ou qualquer coisa no gênero, só que em português ficava bem engraçado. Nosso insano-mor, o Luís, não teve dúvida e resolveu posar pra foto.










Por fim chegamos à estação de metrô que queríamos e fomos comprar os bilhetes. Já sabíamos que o melhor seria comprarmos o carnet com 10, principalmente no caso de mães e filhos. Só que não há guichê de venda de bilhetes, apenas de informações. Havia vários turistas numa pequena fila e ficamos aguardando nossa vez. Ao perguntarmos como adquirir os bilhetes, a resposta do funcionário foi "la machine". Agradecemos e fomos até as máquinas, mas aparentemente elas só serviam pra carregar os bilhetes de quem já os possuía, no estilo do nosso bilhete único. Um casal de jovens que falava inglês (o meu inglês não é bom o suficiente pra saber se eram britânicos ou americanos) também estava atrapalhado com a máquina. Eles tentaram, eu tentei, o grupo deu palpites e voltamos ao guichê. Resposta do funcionário? La machine. E com aquela cara de "que saco esses turistas incompetentes!" Bem, ao menos nisso não fugimos à tradição de sermos tratados de qualquer jeito pelos franceses...

Voltamos à máquina, o casal já tentando descobrir como funcionava. O rapaz virou-se pra mim e perguntou se eu falava espanhol. Respondi que ler, mais ou menos, e aí ele optou por essa língua e deixou a máquina pra mim. Gente, não é que eu consegui? Claro que, como boa brasileira, deu um certo receio de colocar a nota de € 20,00 (os dez bilhetes custavam € 12,00): e se a máquina engolisse o dinheiro e não me devolvesse nem os bilhetes, nem o troco e nem a grana? Mas no final tudo deu certo: peguei meu troco, em moedinhas de € 2,00, e os dez bilhetes. O casal acompanhou o processo e repetiu em outra máquina, da mesma forma que a Rejane e o Luís. O Ivan saiu resmungando porque se o nome é "carnê" deveria vir um bilhete que passasse dez vezes ou qualquer coisa do gênero e não dez bilhetes individuais.

Fomos então às catracas, que são parecidas com as do metrô de São Paulo, mas têm uma porta metálica de duas folhas que se abrem pra fora depois que se insere o bilhete na frente da catraca e se pega de volta na parte de cima, como é com o "integração". Só que a Rejane foi na frente e não viu que tinha que pegar o bilhete de volta, daí a porta não abriu. Ela foi, voltou e acabou perdendo a vez, porque aí a catraca travou de novo. O Luís, muito cavalheiro, como havia comprado um carnê de dez bilhetes só pra ele, cedeu um e aí ela passou da forma correta. Detalhe: esse foi só o nosso primeiro "mico" no metrô, que aliás foi o local onde passamos por todos os king kongs possíveis, exceto nos perder. Apesar de haver vária linhas e conexões, a maioria de nós adora mapa, então esse tipo de problema não tivemos e conseguimos chegar tranquilamente ao hotel.


Fazendo a correção: quem passou-mas-não-passou pela catraca do metrô nessa primeira vez foi o Ivan e não a Rejane, como a Natália observou em seu comentário.

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