Claro que, de qualquer forma, ela não iria sozinha, pois sem a filha, a Natália, quem iria cuidar dos gastos e do controle financeiro por lá?
Não foi muito difícil me convencer, pois além de ter muita vontade de conhecer Paris, como professora de História e de História da Arte teria muito com que me regalar.
E eu também não iria deixar para trás o Ivan, meu filho maluco de pedra, entendido em latim e apaixonado por "velharias".
O último insano a fazer parte do grupo foi o Luís, colega de magistério com
um pique invejável pra novas experiências, apreciador da cultura e da boa
mesa.
um pique invejável pra novas experiências, apreciador da cultura e da boa
mesa.
Chegamos ao aeroporto de Cumbica no dia 2 de julho com tempo de sobra, suficiente inclusive para que o Luís deixasse o funcionário da CVC atrapalhado ao perguntar se não iria ocorrer uma integração entre os vários clientes da empresa ali mesmo, no saguão. Despachamos as malas e fomos tomar um café, que comida de avião sempre é pouca. Quando chegamos à fila de embarque, ela estava quilométrica, parecia fila do Hopi Hari com aquelas múltiplas voltas, e a Rejane começou a ficar assustada. Mas, como diz o Luís, no final tudo deu certo: pegamos o último ônibus que saía do embarque internacional e o dito cujo circulou tanto pra chegar até o avião que começamos a considerar a possibilidade de terem inventado um caminho por terra até o outro lado do Atlântico.
No avião, Ivan e eu ficamos juntos, num lugar lateral com direito à janelinha. Natália e Rejane ficaram separadas por algumas poltronas, mas do mesmo lado do avião, assim como Luís, que ficou no corredor e teve como companheira de viagem uma moça extremamente simpática: não respondeu ao "boa noite" que ele disse quando chegou pra sentar em seu lugar, não abriu a janelinha em nenhum momento - e a vista noturna do litoral português foi magnífica! - e ainda roubou dele a manta e o travesseiro.
Chegamos ao aeroporto Charles de Gaulle por volta das 16h (horário de Paris) e logo começamos a entrar em contato com palavrões em francês, porque a guia que foi receber nosso grupo segurou dois elevadores para que todos descêssemos ao andar inferior para pegar o ônibus até o hotel, enquanto que um guia francês, de outra empresa, reclamava porque os seus clientes iriam ter que esperar demais. Foi o maior bate-boca, com direito à "merde" dos dois lados.
Enquanto isso eu me dirigia ao balcão da TAM pra reclamar que minha mala havia sido avariada, no que fui prontamente atendida por uma funcionária brasileira que examinou o dano e me deu uma guia para que eu fosse a uma loja conveniada e minha mala fosse consertada ou substituída.
No caminho para o hotel, observamos que quase não há casas, ao menos nas regiões mais centrais da cidade. Na maioria dos casos são prédios relativamente baixos e normalmente mais largos do que altos.
Percebemos também que o trânsito de São Paulo é maravilhoso quando comparado ao de Paris: os motoristas são todos estressados, vivem com a mão na buzina, não respeitam sinal de pedestre, as motos avançam nas faixas, bem como as bicicletas... aquele papo de que na Europa é todo mundo muito educado, como diria a Rejane, "há muito nos deixou"; se alguém ainda acreditar que basta colocar o pé fora da calçada que todos os carros param pra deixar passar, pode ir se informando sobre hospitais na região.
Comentário Insano 1: Adorei o registro flagrante em relação à Rejane, diante do portão principal do Palácio de Versalhes, fazendo (ao que parece... ao menos) um belo troco com a venda de legítimas garrafas de água mineral Minalbáh. Imaginem o que mais havia naquela singela bolsa (para temor dos camelôs locais!): latas e latas da suculenta goiabada dinamarquesa Kasckon-Haggen e sacos e mais sacos do hezótykho pão-de-queijo norueguês Belzonte! Brasileiro se vira que é uma maravilha, não é mesmo?
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