terça-feira, 20 de julho de 2010

O salão das batalhas e o jardim de Versalhes

O salão das batalhas é, na verdade, uma galeria comprida com uma claraboia que corta todo o espaço com a função de iluminá-lo.

O nome é esse porque os quadros colocados nas duas laterais da galeria são a representação das batalhas mais importantes na formação da França. Eles estão colocados em ordem cronológica: o primeiro quadro, logo na entrada, mostra Clóvis, o chefe que unificou as tribos francas no final do século V e que foi o primeiro bárbaro a aceitar o cristianismo. Com isso todos os francos sob sua autoridade foram obrigados a se converter também, o que foi um grande ganho para a Igreja cristã, que passou a contar com o apoio de uma "nação" guerreira para defender seus interesses, e uma vantagem para esse rei franco que passou a ser visto como um eleito de Deus. O último quadro mostra uma das vitórias de Napoleão Bonaparte, já no século XIX.

Entre uma e outra, há dezenas de quadros representando as batalhas ou vitórias mais diversas, como a de Filipe Augusto (1180-1223), que foi o responsável pelo fortalecimento da monarquia contra o poder dos senhores feudais (principalmente os ingleses)...

... ou a batalha de Cassel, vitória dos franceses contra os holandeses no século XVII, em que a nobreza da França é bem representada em seus trajes, perucas e outros apetrechos que dificilmente estariam tão imaculados quanto aparecem no quadro se a representação fosse efetivamente realista.















Já num quadro que apresenta uma batalha posterior à Revolução Francesa, os soldados são retratados como profissionais, devidamente uniformizados, e apesar de haver um foco central na cena, a imagem do cavalo caído no canto esquerdo e do ferido (ou morto) sendo pranteado no canto direito, expressam a importância do indivíduo e das questões individuais, valores tão caros à burguesia em ascensão.

Um detalhe interessante é que a maior parte desses quadros foi feita no século XIX, por artistas românticos e neoclássicos que atenderam à orientação do Estado de representarem de forma gloriosa a formação da nação francesa.

Porém, o que mais chama atenção nessa galeria, é o arco decorado que a divide em duas partes: é escandalosamente bonito em sua decoração de ouro e branco.
















Depois de todas essas maravilhas, a próxima parada natural seriam os jardins do palácio, que havíamos entrevisto pelas janelas enquanto apreciávamos o interior de Versalhes.











Porém nisso fomos frustrados: já passava do meio-dia e o horário marcado pelo guia para o encontro era meio-dia e meia. Além do mais, para se visitar os jardins e todos os anexos - le petit Trianon, le grand Trianon, os "refúgios" da rainha Maria Antonieta, as fontes e outras construções - era necessário pagar um ingresso, o que não compensava, já que não teríamos tempo suficiente. O jeito, portanto, foi fotografar o que era possível e sentir o cheiro das flores, que é algo impressionante, extremamente forte e agradável.


















Aliás, é outra dica, que já havia sido dada por uma amiga, mas que não pudemos seguir porque nesse dia havia uma programação já definida pela agência de viagens: Versalhes exige um dia inteiro de visita, pois em meio dia se visita o palácio e posteriormente os jardins e construções anexas.

Um comentário:

  1. Muito bom o passeio histórico pelo Palácio!! :) Tão impressionante que o Luís nem fez suas anotações científicas? ;P

    Beijos!!

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